quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O meu primeiro plantado


Eu nunca fui adepto das plantas artificiais num aquário, no entanto adoro aquários com plantas naturais. Um dia um colega de trabalho, também ele aquariófilo, aconselhou-me a introduzir no aquário plantas aquáticas, pois desta forma iria criar um habitat mais natural e saudável. Assim sem qualquer tipo de experiência, "embarquei" na tentativa de fazer um plantado, com umas "podas" que o meu colega me facultou. Uma vez mais, tive que desmontar o aquário para substituir a areia do fundo por pedra vulcânica, que esse meu colega me aconselhou.
As plantas para além do efeito estético têm como principal função consumir os nutrientes, no entanto grande parte do insucesso dum plantado deve-se exactamente à carência ou excesso dos nutrientes existentes num aquário. Estes nutrientes encontram-se num aquário graças aos dejectos dos peixes e aos restos de comida em decomposição.
Apesar de num aquário existir alimento para as plantas, não nos podemos esquecer que como qualquer ser vivo as plantas também respiram e esta é também uma das razões para se ter um aquário plantado. As plantas aquáticas, tal como as terrestres, também fazem o processo da fotossíntese, para tal precisam de luz e de dióxido de carbono. A iluminação deve ser parte integrante dum plantado, deve ter uma temperatura de cor o mais próxima possível da luz natural entre os 7000K e os 15000K, já o dióxido de carbono encontra-se diluído na água resultante da respiração dos peixes, pode no entanto, não ser suficiente para o volume de plantado, sendo necessário recorrer à injecção de CO2. Uma das formas mais simples e económica de colmatar esta lacuna é recorrendo ao método caseiro, passo a explicar: para quem não sabe durante o processo de fermentação liberta-se um gás, esse gás é nem mais nem menos que o dióxido de carbono. Uma das formas de fermentação mais conhecida é provavelmente a levedura da massa do pão, o que se passa é que as leveduras existentes no fermento vão consumir os açucares do amido da farinha, libertando o dióxido de
carbono que irá fazer crescer a massa. Sabendo isto, basta utilizar a ciência em nosso proveito duma forma bastante simples: numa garrafa de plástico de litro e meio com tampa de rosca, abrir um furo de forma a passar uma mangueira (das do oxigenador, por ex.) e que fique cerca de três centímetros dentro da garrafa, a mangueira deve ter um comprimento suficiente para ir ao interior do aquário, onde deve ser colocada uma pedra difusora (ver foto). Dentro dessa garrafa basta fazer a mistura milagrosa: 250 gramas de açúcar com mais ou menos 30 gramas de fermento diluídos em água, cerca de um quarto do volume da garrafa... e esperar. Há que ter em atenção que o dióxido de carbono baixa o Ph da água.
Reunidas estas condições é meio caminho andado para ter um belo aquário e quase autónomo.

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